24 de jun. de 2010

O cérebro de Gil

Realmente não pensei de atualizar o blog hoje. Na verdade, quando retomei minhas "escrivinhanças" (obrigada M. por me emprestar o nome!), pensei no seguinte, vou atualizar numa média de 3 a 6 dias para manter vivo em mim o exercício da escrita. Mas... Reflexões, ideias, pensamentos, descargas não têm hora pra acontecer. E hoje, era de web 2.0, forço-me a, pelo menos, um rabiscos, umas palavras-chaves no meu celular para desenvolvê-las depois ou... Quando a situação permite, uma gravação mp3 quentinha com as ideias que estão tilintando na cachola na hora. HOJE, podemos fazer isso.

Ocorre que... Acabo de retornar de um workshop (pra mim, palestra) sobre "Estruturas inovadores em mídias sociais" ou nome bastante similar (meu cérebro costuma guardar cada vez menos coisas na medida em que meu notebook armazena mais) e... Lancei-me a escarafunchar uma ideia, um pensamento que está ainda um tanto amorfo... Como aquela massinha que brincávamos quando éramos crianças (na minha época brincávamos muito com coisas palpáveis)... Esse pensamento que me remete à pessoas... Ponho-me a refletir e a inquirir sobre o lugar do sentimento humano nessas diversas tramas de mundos digitais.

Deixamos de ser "humanos"? Jamais, penso eu. Nossas paixões talvez não tenham ganho com tanta intensidade, com tanta volúpia uma proporção tão grande. Hoje eu posso escrever em uma ferramenta e ter o privilégio de compartilhar reflexões, paixões com... Todos aqueles que são capazes de falar o mesmo idioma em que escrevo e se identificar com meus pensamentos. Mas... Aí é que está. O que incomoda, a mim, pelo menos... Nem todos. Há uma gama enoooooooorme (perdoem-me os que deteeeeeestam eeeeeeesse recuuuuuuuurso, eu adoro! haha) de pessoas que não se encontram tão frequentemente nestes "mundos virtuais" nem tampouco se encontrarão por aqui... Há todo um universo de paixões e humanidades a ser descoberto que o espaço virtual ignora... E o ignora por uma questão social (além de outras possibilidades). Penso, por exemplo, naquele que poderia ser um ótimo desenvolvedor de jogos, sua paixão seria criar histórias para games e outros jogos online, mas... Como dizer... Ele nem teria como saber dessa possibilidade, pois não conhece tais mundos.

Por outro lado, o homem sempre se redescobre, se reinventa. Uma máquina não cria suas possibilidades... Nós, homens, as criamos. E são possibilidades que precisam caber em nossas previsões, por isso são falhas, inexatas rs. Somos humanos! Somos seres apaixonados e apaixonantes!*

Onde isso tudo me leva? A pensar... Não posso me programar a atualizar este espaço em um intervalo de 3-6 dias. Eu não sou "programável"! Sinto fome em horários regulares se assim como, desintoxico-me fisiologicamente se assim me habituo, mas... Uma frase, uma pintura totalmente diferente do que eu normalmente considero bom me provoca um certo desprazer estético e então... Coloca-se todo um padrão por água abaixo. Quem já não se pegou dando um "presente errado" pra alguém próximo?

O cérebro de Gil já deixou de ser somente "eletrônico" há muito tempo. Mas...  Ainda somos os mesmos a ligar e a desligar. E essa é a minha hora: @lazzarus offline.



*Note que os derivados de "paixão" aqui nada tem a ver com um tipo de amor, mas com sofrimentos, sentimentos, uma "impressão viva".

22 de jun. de 2010

Dersu


There's been a while since I thought of writing something in English. I don't even know if this will be interesting for my "blue-eyed" friends or if my "out of practice English" will be worth it, but... Here you go.

For a long time, I have grown the habit of paying my debts with the so called seventh art. Actually, I got some credits with it. I met Bergman, Woody Allen (one of my favorites), Truffaut (my beloved one!), but... still I knew so little about the eastern movie-makers. So I decided to give it a try and dive into Kurosawa's imaginative scenery.

Yeah... I met a very sweet old man. A humble and simple hunter, but showing that kind of wisdom we seem to have lost while building skyscrapers and malls. Dersu didn't know to live in the city. He knew something different. He knew the nature. He could find his way back by following his footprints, he could forecast storms through the wind... He respected nature, and nature respected him. No big deal for someone who is used to living in the hills, maybe. Yeah... Maybe.

The greatest achievement of the movie that I see is to remind us of the beauty of human encounters. Two completely distinctive men that happen to be under the same circumstances as we all are under the sun. A respectable and intelligent man of the city on one side and a wise and strong man of the hills on the other.

Henceforth, Kurosawa goes beyond the encounter. The movie opens possibilities to a lot of metaphors... The desert, the fight for surviving difficult situations, the value of a helping hand...

I would say watching Dersu Uzala (Akira Kurosawa, 1975) is a good exercise to make us strong enough to handle the "Chronos tyrannical government" of our times. Just that... Stop and behold. What is good is never old.

21 de jun. de 2010

Do título

Permitindo-me a um "autoplágio" para fazer saber porque habito no "melhor dos mundos":


"Você, leitor, que está nesse exato momento se perguntando:
Por que esse título?
São tantas as respostas que ponho à prova minha capacidade de sintetizar o pensamento... As idéias.
E... Penso... Penso... Por onde começo?
Ah, já sei!
Alguns reconhecerão clara e oportunamente a influência de Monsieur Voltaire.
Sim! Monsieur Voltaire e seu Cândido protagonista que via em todos os lugares, apesar de todas as desgraças e dissabores, o melhor dos mundos.
Sim: o melhor dos mundos. E... Viva Midnight Oil que também lembrou da referência: o melhor dos mundos!
Vivas também para Roberto Jefferson e o brazuca que não se importa em ficar sem os míseros R$ 0,01 de troco!

Viva os milhões de idiotas e imbecis que deixaram a Claro (isso mesmo, a do celular “claro que você tem mais”), a Telemar e tantas outras “concessionárias de serviços públicos” entupirem nossas cabeças de dores!
Viva o “o jeitinho brasileiro” que nos permite dormir tranqüilos com tanta sacanagem volupiando na mente dos safados urubus que sobrevoam e infestam Brasília!!
Viva a depreciação da cultura, do fazer artístico nacional!!
E viv... Ops... Muitos “vivas” para um só post... Pois é, como você vê: estamos no melhor dos mundos.

Bem-vindo!"



P.s: Post originalmente publicado em 10/2005. Hoje, graças às políticas de segurança do Google, não consigo recuperar a senha para administrar meu antigo blog.