31 de dez. de 2010

Receita de Ano Novo - por Drummond

Recebi por e-mail e, até o momento, uma das mensagens mais interessantes de virada de ano.

A todos, um feliz novo ciclo!

[]s


Parceiros e parceiras da cultura,
Em nome da Sefic/MinC, segue RECEITA DE ANO NOVO, por Carlos Drummond de Andrade.

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é
fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

22 de dez. de 2010

Mensagem de Natal (ou o que mais poderia ser?)

À medida que os últimos dias do ano correm, minha caixa de e-mails vai se abastecendo de mensagens natalinas. E fico no afã de responder, pois são pessoas queridas. Como todo mundo, pensei logo em uma mensagem que pudesse destinar a todos. Mas o que?

Nessa hora, tudo soa piegas, insuficiente, repetitivo, nada original... Também surge a vontade de encaminhar uma ou outra, recebi até uma ótima com um vídeo contando a história da Natividade na era virtual. Mas essa também vai "correr trecho", se espalhar nos milhares de "IPs" Brasil afora, enfim... "Chover no molhado". Mas então... O que??

Daí pensei nas belíssimas imagens e até vídeos que fiz ontem das festividades da cidade onde estou (sudoeste da Bahia). Tirei fotos de uma apresentação de reisado, filmei... Quer coisa mais natalina e brasileira que isso? E foi bonito de ver! Tão autêntico que havia até um bêbado no meio da folia, embaralhando os pés, se autocontagiando com o som dos pifes. Bem... É uma. Vídeo, foto... Pera lá. Abro os arquivos e dá aquele comichão doido de editar e quando você vê, edita uma, edita duas, edita três... E lá se vai toda a manhã, lá se vai aquela pilha de textos que se precisa ler, aquele tanto de e-mail pra responder. Bem... Melhor nem descarregar nada então. E, novamente, fico na mesma. Que mensagem?

Daí pensei... Mensagem... Poemas... Pessoa... Sim! Fernando Pessoa tem um poema sobre Natal! Começa assim ó:

"O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma."

Li e ponderei... É meio triste, né? Vai que envio esse poema para alguém que já acha o Natal uma coisa triste? Procurei mais um pouquinho e também achei um do Vinicius de Moraes:

"Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra."

Er... Deixemos os poemas para outra oportunidade, né? :D

De repente, me toco de que estou aqui (no blog), escrevendo sobre mensagens de Natal ¬¬. E essa também é uma mensagem de Natal! E nela, toda as outras: a do "Natal brega", a do "Natal poético", a do "Natal folclórico", a do "Natal virtual"... Seja qual for o Natal que admitimos para nós mesmos, será sempre uma época de "balanço", "reavaliação". Sendo assim... 

                
Um ótimo "reNatal" para todos!!!* 
                        


*E um Feliz Ano Novo etc etc etc e aquela coisa toda.
**E com quantas mais estrelinhas, balõezinhos, coelhinhos peludos, papais noeis quiserem.

15 de dez. de 2010

Provérbios (des)encantados

No dia em que você encontrar um macho que saiba se virar (e bem!)... Não o beije!! Ele pode virar sapo ;)




English Version:

If, by chance, you meet a guy that knows how to take care of himself (and well!)... Do not kiss him!! He can become a toad ;)


27 de out. de 2010

Schopenhauer

Estou lendo “A arte de escrever” de Arthur Schopenhauer. Na verdade, o livro é composto por escritos de uma obra mais ampla do filósofo alemão chamada “Parerga und Paraliponema”.

Hoje li o seguinte trecho no livro:

“A presença de um pensamento é como a presença de quem se ama. Achamos que nunca esqueceremos esse pensamento e que nunca seremos indiferentes à nossa amada. Só que longe dos olhos, longe do coração! O mais belo pensamento corre o perigo de ser irremediavelmente esquecido quando não é escrito, assim como a amada pode nos abandonar se não nos casarmos com ela”

Ok.
(...)

Após longa pausa, precisei constatar (e agora confesso) que abandonei MUITOS amados.
Desde que criei este blog, a intenção foi dar vida, dar à luz pensamentos, ideias, devaneios ou como queira chamar. Matei-os ou talvez... Tão somente tenha-os dopado, sedado. Estão adormecidos e talvez, como a “amada” de Schopenhauer, alguns tenham mesmo me abandonado.

Assim foi com o “manifesto pelo ócio contemplativo”, a “teoria dos ecos” e os que, de fato, matei, pois sequer posso me lembrar deles.

Pois bem. Em alguma postagem nesse blog, um comentário de uma amiga diz algo sobre Clarice (Lispector) e Cecília Meireles (se não me engano) andarem com um caderninho, bloquinho de notas na bolsa. Nem sempre tenho um caderninho ou até mesmo uma caneta comigo... Em compensação, celular, MP4 estão sempre na bolsa. Lembro que uma vez tentei gravar. Não rolou. Barulho ambiente e achei meio estranho sair falando com um gravador na rua (você não?).

Hoje, graças ao bloquinho de rascunho que tenho em mãos e à minha caneta (brinde de um evento, inclusive), pude escrever essa postagem. “Old school”, “retro”... Chame como quiser. Bloquinho agora não vai sair da bolsa!

Schopenhauer


(English version)

I’m reading a series of essays by Arthur Schopenhauer taken from one of his books, which is called “Parerga und Paralipomena”, and today, I came up with the following:

“The presence of a thought is like the presence of someone beloved. We think we will never forget this thought and we will never be indifferent in relation to our beloved one. But far from the eyes, far from our heart! The most beautiful thought can be at risk of being irreversibly forgotten when it’s not written. The same way, our beloved one can leave us when we do not marry her”. (my translation)

Ok.
(...)

After a while, I had to certify (and to confess now) that I let A LOT of beloved thoughts go.
Since I started this blog, my intention was to create, give birth to thoughts, ideas, and deliria or as you like it. I killed them all or maybe... I have only numbed them, sedated them. They’re asleep and maybe, like the “beloved one” by Schopenhauer, some of them may have actually left me.

I may also have abandoned the “manifesto for a contemplative leisure”, “the echoes theory”, and those that I may actually have killed for I can’t even remember them.

Very well. In one of the posts in this blog, there’s a comment by a friend that says something about Clarice Lispector (a Brazilian writer, actually born in Ucrania) and Cecília Meireles (a Brazilian poetess) always having a notepad in their bags. I do not always have a notepad or even a pen with me... On the other hand, cell phone, MP3 player are always in my bag. I remember that once I tried to make some recordings. It didn’t work. Noisy places. Besides, I felt a bit weird talking to a recorder walking on the streets (wouldn’t you?).

Today, thanks to a notepad I have with me, and to my pen (a gift from some congress or meeting), I could write this post. Old school, old-fashioned, retro... Call it the way you want it. From now on: notepad will always be in my bag!

16 de out. de 2010

Poema sem nome

Sua voz é um ruído
Um embuste
Seu pensamento...
Uma tela vazia
Uma rede sem buracos, sem fundo

Você e o vácuo...
Que diferença!
Pois o vácuo tem presença
O vácuo é
O vácuo sabe

Suas palavras
Tão plenas quanto um domingo de chuva
Sem luz
Eu?
Uma sombra na escuridão
Que perde o rumo
Perde o prumo
Vagueia no mar
Da frustração

21 de set. de 2010

Zeitgeist (em português)



"Não é referência de sanidade ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente" - Krishnamurti (tradução minha)



Você pode nunca ter ouvido falar no termo acima. Fiz uma pesquisa sobre “zeitgeist” no Google e encontrei definições como “espírito da época”, por exemplo. Bem, o termo refere-se a um movimento, na verdade, não apenas a um vídeo. Nessa postagem, entretanto, vou considerar os vídeos, em princípio.

Chegou ao meu conhecimento o segundo vídeo primeiro: “Zeitgeist – Addendum”. Boa trilha sonora, conceito... Fotografia. O mesmo eu diria sobre o primeiro. Mas eu tenho pouco a dizer sobre a forma. Não teria a precisão necessária para falar a respeito. Quanto ao conteúdo, muitas palavras. Serei concisa.

O primeiro vídeo inicia com uma série de críticas às instituições religiosas. Aquela velha querela sobre Religião X Pensamento político/ crítico: “a religião é o ópio das massas” e por aí vai. Sim. A religião pode ser isso mesmo no mundo de hoje como pode ter sido em outros períodos da história. Ainda assim, seria uma afirmação parcial, pois graças à “religião”, tivemos o fomento para o estudo de línguas vernáculas, para criação da imprensa e desenvolvimento do conhecimento. Não nos esqueçamos de quem promoveu (paradoxalmente, também bloqueou) o conhecimento na Idade Média.


Contudo, o primeiro e o segundo vídeo juntos apontam uma questão muito importante: nosso modelo atual de civilização é, na verdade, um modelo não-civilizado e auto-destrutivo. Sua instituição mais cruel: o dinheiro. Parece óbvio que se trata de uma questão de tempo para outro império cair. O mesmo aconteceu com os romanos, com o império bizantino etc. A história mostra que nenhum império dura para sempre. O que nós temos visto acontecer é um dando lugar a outro. E sempre esse outro que se proclama como a solução da época e se revela depois outra falácia. Ainda assim, nós persistimos. Por quê?

Como protestante e calvinista, tenho uma resposta para isso. Uma resposta que vem a mim através da fé cristã, que é encontrada nas Escrituras. Como parte de uma sociedade, observo que nós não temos a tendência de selecionar e filtrar informações tão cuidadosamente como deveríamos. Precisamos de tudo rápido, dificilmente mastigamos nossas refeições adequadamente. “Tempo é dinheiro”. Mas, por outro lado, vale a pena ver o que acontece em outras direções. Mudar nossas lentes e observar as coisas de um diferente ângulo. Então separe um tempo para assistir aos dois e dê a si um pouco de “pano pra manga” para pensar.

19 de set. de 2010

Zeitgeist

"It is no measure of health to be well adjusted to a profoundly sick society" - Krishnamurti

You may not have ever heard about it. I googled the term above, "zeitgeist", and found out something like "the spirit of the times". Well, that refers to a movement, actually. Not only to a video. But to this post, I'll consider the videos at first.


I happened to know the second video first. It's called "Zeitgeist - Addendum". Good soundtrack, concept... Camera. The same about the first. But I have little to say about the form. I wouldn't have enough accuracy to talk about it. As for the content, thousand words. I'll be concise, though.

The first video starts by criticising religious institutions. That very old issue about Religion X Political/ Critical thinking: "religion is the opium of the people" and so and so. Yeah, it can be nowadays as it was in other periods of our History. Yet, it's a partial statement, for thanks to "religion", we had the promoting of vernacular language studies, printing press, and knowledge itself. Let's not forget who promoted (and paradoxally also blocked) knowledge in the Middle Ages.

Nevertheless, the first and second video altogether point out a very important issue: that our current model of civilization is actually "uncivilized", and self-destructive. The cruellest institution: money. It turns to be obvious that it is a matter of time for another empire fall. The same happened with The Romans, The Bizantine, etc. History shows that no empire endures forever. What we have seen to happen is that one gives place to another, and it is always one that allegedly claims to be the solution of the time, and reveals itself as being another failure. Yet, we're persistent. Why?

As calvinist protestant, I got an answer for this. An answer that comes through Christian spirituality, that is found in the Scriptures. As part of a society, I observe that we tend not to select and filter information as carefully as we should. We need things fast, we barely chew our meals properly. "Time is money". But, on the other hand, it is worth it to see what goes in other directions. Change our lenses and observe things from a different point of view. So take time to watch both videos, and give yourself some food for thought.

1 de set. de 2010

Argumento de autoridade X Web 2.0

Sempre tive muitos pudores pra falar do que eu não sabia. Lembro que, quando criança, um dos meus passatempos prediletos era... Ouvir. Somente isso: ouvir. E me deliciava quando vinham para casa as amigas da minha mãe e ficavam horas tomando café e proseando, contando histórias... Hoje em dia, já não se tem mais tanto esse hábito. O cotidiano corrido das capitais está se esparramando pelo globo e tomando, junto com as proporções de espaço, o tempo e o velho hábito do humano lidar com o humano sem mediações tecnológicas.

Mas a questão aqui não é o “humano” nem os hábitos... Mas falar e ouvir.

No dia 24 de agosto, estive em uma palestra sobre a abertura de um centro cultural do BNB (Banco do Nordeste). Proposta boa essa de consultar a comunidade da região para realizar a instalação do centro. Contextualizar o lugar, ouvir os artistas locais. Eles têm muito a dizer sobre o assunto! E havia muitos deles lá. Músicos, fotógrafos, pintores, cenógrafos.

A maioria presente era de músicos. Representantes da literatura, uma apenas. Curiosamente, alguém que não é da cidade: eu (rssss). Ainda assim (e não curiosamente), todos tinham uma opinião, uma contribuição a fazer de forma geral, dentro de suas áreas de atuação e também a respeito da integração entre segmentos diversos da arte. O interessante foi: ouvir quem tinha algo a dizer. E como se sentiam confortáveis aqueles que estavam falando sobre o que conheciam! Como andar em sua própria casa, em seu bairro... Espaço familiar. Território conhecido.

Movimentos como o desta palestra/ seminário (dentre outras situações em que me ponho a ouvir) me levam a reconfigurar o que eu poderia chamar de "lugar de fala". O que nos leva a legitimar um discurso e a desautorizar um outro. Parece-me que em épocas de web 2.0, uma reformulação seja necessária. Regras de um jogo ainda novo, pouco conhecido da grande maioria que sempre teve pouca voz e vez quando o assunto é novidade, quando atinge instâncias maiores que sua situação econômica permite alcançar.

Ser "piniudo(a)", como se diz no sertão, é feio. Ser "politicamente incorreto" é feio. Não ser "sustentável" está completamente fora de questão. Até que ponto os que debatem na rede abertamente permitem-se "ser" e não representar uma persona virtual? Ainda assim, não considero essa uma das questões mais preocupantes. Mas quais são as autoridades, as falas e saberes que são legitimados pela "vox populi" como respeitável e verdadeiro. Hoje, temos mais de 17 milhões (só no Brasil) que dizem o que pode ser verdadeiro e respeitável. Hoje, uma atriz, sem nenhum pudor, pode dissertar sobre educação. Um bombeiro pode ser a voz dos oprimidos sobre saúde pública. Um palhaço (literalmente) pode se eleger deputado. Todos podemos ser técnicos de futebol, consultores em design, peritos em segurança pública sem nos dar ao trabalho de ler, sequer, o 1º parágrafo do código civil ou frequentar um curso na área. Tudo dentro do padrão "web 2.0", claro.

Obviamente, alguns desses exemplos podem ter sido caricaturados. Mas estes não se distanciam muito da realidade. Nós apenas passamos a considerar "natural" as construções que nos passam por imperceptíveis dada sua legitimação pela comunidade e frequência com que acontecem (nos jornais, programas de auditório, nas redes sociais etc). Do contrário, atire a primeira pedra aquele que nunca meteu o nariz onde não foi chamado.













Obs: Esse é um "cross-post" também publicado no Linfa-zine por ser uma reflexão individual que se baseia em um todo.

22 de ago. de 2010

Vento Oriental

Não tenho lugar, nem quem
As paredes que me abrigam
Estas mesmas paredes
De gelo, de cinza, de ferro
Me contém

Os sons que invadem meus ouvidos
Não sei quais são
O olhar, o rosto amigo
Fizeram-se dispersão

Tudo vento, tudo areia
As formas que antes desenhei
O mar desfez
Tornou-se lama
Fez-se pó
Trouxe o vento
Ilusão

2 de ago. de 2010

Tempo e Espaço



Céu cinzento de outono - Conquista, BA

Enquanto penso no começo deste post, estou ouvindo ao vivo a transmissão do encerramento do Festival de Campos do Jordão. A página em branco é sempre um dilema pra quem escreve... Seja escritor, seja... "escriba" rs.

Comecei pelo título porque estes dois conceitos - tempo e espaço - têm flutuado em minha cabeça desde que cheguei ao Sul da Bahia, na cidade de Vitória da Conquista (ou Conquista, como é conhecida aqui). Explico.

Sempre que ouvia algo sobre a Bahia, a referência era sempre a do recôncavo... Salvador, praia, batuque, água de coco e acarajé. Sim. Há acarajé na Bahia (não só no litoral!), há água de coco, dentre outras coisas. Mas a percepção de um lugar sempre muda com a convivência nesse lugar (ou deveria rsss).

No filme, "O céu que nos protege", de Bertolucci, apresentam-se através das personagens a figura do viajante e do turista. O turista como sendo aquele que chega com o seu tempo determinado: ele viaja para conhecer e nada mais. Vai e volta. Leva consigo pra onde quer que vá suas referências e não abre mão delas. Para ele, não há diálogo, há estranheza, há o exótico. Tão logo ele saia dali, descarta a maioria das coisas que viveu. Por outro lado, o viajante abre-se para novos conhecimentos, para a troca. Suas referências lhe pertencem e ele tem pátria. Ao mesmo tempo, ele não teme o desconhecido e o mergulho no "outro". Ele dialoga, troca, interage e mergulha.

Infelizmente, no meu período mais frutífero em viagens (infância), eu não dominava os conhecimentos que domino hoje. Mas... Uma grande vantagem eu levava: a disposição para aprender, trocar. A curiosidade pueril.

A essa altura, você deve estar se perguntando: "Mas onde entra o tempo e o espaço nisso tudo??". É simples: categorias, entidades (como queira chamar, não estudei a ponto de defini-las), o fato é que estou com sérias desconfianças de que esses dois conceitos são chaves para se compreender uma outra cultura. As atividades sociais, eventos culturais, o cotidiano e tantas outras coisas que poderia enumerar acontecem tomando por base o tempo e o espaço. Talvez isto fique mais evidente quando se sai de uma metrópole como Rio de Janeiro/ São Paulo e se chegue a uma cidade de, aproximadamente, 318.000 habitantes. Toda a sua referência muda. As distâncias já não são tão excludentes, o tempo aproxima, sair para vários lugares no mesmo dia é permitido e, pra mim, o mais curiosamente estranho: encontrar sempre alguém quando se põe o pé fora de casa.

A partir daí, desse outro "tempo" e "espaço", todas as outras coisas se configuram: lojas que fecham durante o almoço. Lojas que abrem só no período da tarde, empregada que falta porque a tia da cunhada do primo precisa de alguém pra olhar o cachorro que está doente. Em suma, é TODA uma estrutura que se desenvolve sobre estes dois pilares: TEMPO/ ESPAÇO. E, ao que tudo indica, compreendendo-se estas relações (de como esse tempo e espaço determinam uma dada comunidade), conseguimos compreender também um pouquinho melhor aquilo que pra nós é exótico e estranho no outro.

É isso. Esses dois conceitos dão muito pano pra manga... Mas tenho também o meu "tempo interno" rs. Esse não é do interior. Esse é o da metrópole e está, no momento, me lembrando que preciso agora me dedicar a outras coisas. Não antes sem deixar aqui um exemplo do que disse. Uma das coisas que desde o início mais chamou a minha atenção em Conquista: a distância da terra para o céu. Portanto, espaço.

17 de jul. de 2010

Conquista

Estou devendo um post decente sobre Conquista... Mas, por hora, vou dizer o seguinte: aqui a gente encontra pessoas de todos os lugares, inclusive de Conquista mesmo =D

Planta ornamental para enfeitar a entrada das casas conquistenses

10 de jul. de 2010

Por aí, por ali...

Ando meio negligente com isso aqui.
Bem... Diz uma amiga que, quando estamos muito felizes, queremos viver e esquecemos do resto. Rs... Na verdade, eu não diria que é bem esse o caso. Ideias, inquietações, insights não faltam! Mas... Talvez eu esteja mais me alimentando dos insumos. Sim! Quem escreve também lê. Não escrevo por profissão (infelizmente rsss), mas... De acordo com as palavras desse moço Seu Fernando, talvez eu seja escritora...

"Antão"... Deixo aqui o insumo que estou matutando hoje:

O To be or not to be do escritor

#BeijoNãoMeLiguemNoFds

2 de jul. de 2010

Viagem

Quantas coisas cabem em uma mala?
Expectativas, vontades, apreensão, sonhos?

A medida do meu sonho é a medida da minha esperança...


24 de jun. de 2010

O cérebro de Gil

Realmente não pensei de atualizar o blog hoje. Na verdade, quando retomei minhas "escrivinhanças" (obrigada M. por me emprestar o nome!), pensei no seguinte, vou atualizar numa média de 3 a 6 dias para manter vivo em mim o exercício da escrita. Mas... Reflexões, ideias, pensamentos, descargas não têm hora pra acontecer. E hoje, era de web 2.0, forço-me a, pelo menos, um rabiscos, umas palavras-chaves no meu celular para desenvolvê-las depois ou... Quando a situação permite, uma gravação mp3 quentinha com as ideias que estão tilintando na cachola na hora. HOJE, podemos fazer isso.

Ocorre que... Acabo de retornar de um workshop (pra mim, palestra) sobre "Estruturas inovadores em mídias sociais" ou nome bastante similar (meu cérebro costuma guardar cada vez menos coisas na medida em que meu notebook armazena mais) e... Lancei-me a escarafunchar uma ideia, um pensamento que está ainda um tanto amorfo... Como aquela massinha que brincávamos quando éramos crianças (na minha época brincávamos muito com coisas palpáveis)... Esse pensamento que me remete à pessoas... Ponho-me a refletir e a inquirir sobre o lugar do sentimento humano nessas diversas tramas de mundos digitais.

Deixamos de ser "humanos"? Jamais, penso eu. Nossas paixões talvez não tenham ganho com tanta intensidade, com tanta volúpia uma proporção tão grande. Hoje eu posso escrever em uma ferramenta e ter o privilégio de compartilhar reflexões, paixões com... Todos aqueles que são capazes de falar o mesmo idioma em que escrevo e se identificar com meus pensamentos. Mas... Aí é que está. O que incomoda, a mim, pelo menos... Nem todos. Há uma gama enoooooooorme (perdoem-me os que deteeeeeestam eeeeeeesse recuuuuuuuurso, eu adoro! haha) de pessoas que não se encontram tão frequentemente nestes "mundos virtuais" nem tampouco se encontrarão por aqui... Há todo um universo de paixões e humanidades a ser descoberto que o espaço virtual ignora... E o ignora por uma questão social (além de outras possibilidades). Penso, por exemplo, naquele que poderia ser um ótimo desenvolvedor de jogos, sua paixão seria criar histórias para games e outros jogos online, mas... Como dizer... Ele nem teria como saber dessa possibilidade, pois não conhece tais mundos.

Por outro lado, o homem sempre se redescobre, se reinventa. Uma máquina não cria suas possibilidades... Nós, homens, as criamos. E são possibilidades que precisam caber em nossas previsões, por isso são falhas, inexatas rs. Somos humanos! Somos seres apaixonados e apaixonantes!*

Onde isso tudo me leva? A pensar... Não posso me programar a atualizar este espaço em um intervalo de 3-6 dias. Eu não sou "programável"! Sinto fome em horários regulares se assim como, desintoxico-me fisiologicamente se assim me habituo, mas... Uma frase, uma pintura totalmente diferente do que eu normalmente considero bom me provoca um certo desprazer estético e então... Coloca-se todo um padrão por água abaixo. Quem já não se pegou dando um "presente errado" pra alguém próximo?

O cérebro de Gil já deixou de ser somente "eletrônico" há muito tempo. Mas...  Ainda somos os mesmos a ligar e a desligar. E essa é a minha hora: @lazzarus offline.



*Note que os derivados de "paixão" aqui nada tem a ver com um tipo de amor, mas com sofrimentos, sentimentos, uma "impressão viva".

22 de jun. de 2010

Dersu


There's been a while since I thought of writing something in English. I don't even know if this will be interesting for my "blue-eyed" friends or if my "out of practice English" will be worth it, but... Here you go.

For a long time, I have grown the habit of paying my debts with the so called seventh art. Actually, I got some credits with it. I met Bergman, Woody Allen (one of my favorites), Truffaut (my beloved one!), but... still I knew so little about the eastern movie-makers. So I decided to give it a try and dive into Kurosawa's imaginative scenery.

Yeah... I met a very sweet old man. A humble and simple hunter, but showing that kind of wisdom we seem to have lost while building skyscrapers and malls. Dersu didn't know to live in the city. He knew something different. He knew the nature. He could find his way back by following his footprints, he could forecast storms through the wind... He respected nature, and nature respected him. No big deal for someone who is used to living in the hills, maybe. Yeah... Maybe.

The greatest achievement of the movie that I see is to remind us of the beauty of human encounters. Two completely distinctive men that happen to be under the same circumstances as we all are under the sun. A respectable and intelligent man of the city on one side and a wise and strong man of the hills on the other.

Henceforth, Kurosawa goes beyond the encounter. The movie opens possibilities to a lot of metaphors... The desert, the fight for surviving difficult situations, the value of a helping hand...

I would say watching Dersu Uzala (Akira Kurosawa, 1975) is a good exercise to make us strong enough to handle the "Chronos tyrannical government" of our times. Just that... Stop and behold. What is good is never old.

21 de jun. de 2010

Do título

Permitindo-me a um "autoplágio" para fazer saber porque habito no "melhor dos mundos":


"Você, leitor, que está nesse exato momento se perguntando:
Por que esse título?
São tantas as respostas que ponho à prova minha capacidade de sintetizar o pensamento... As idéias.
E... Penso... Penso... Por onde começo?
Ah, já sei!
Alguns reconhecerão clara e oportunamente a influência de Monsieur Voltaire.
Sim! Monsieur Voltaire e seu Cândido protagonista que via em todos os lugares, apesar de todas as desgraças e dissabores, o melhor dos mundos.
Sim: o melhor dos mundos. E... Viva Midnight Oil que também lembrou da referência: o melhor dos mundos!
Vivas também para Roberto Jefferson e o brazuca que não se importa em ficar sem os míseros R$ 0,01 de troco!

Viva os milhões de idiotas e imbecis que deixaram a Claro (isso mesmo, a do celular “claro que você tem mais”), a Telemar e tantas outras “concessionárias de serviços públicos” entupirem nossas cabeças de dores!
Viva o “o jeitinho brasileiro” que nos permite dormir tranqüilos com tanta sacanagem volupiando na mente dos safados urubus que sobrevoam e infestam Brasília!!
Viva a depreciação da cultura, do fazer artístico nacional!!
E viv... Ops... Muitos “vivas” para um só post... Pois é, como você vê: estamos no melhor dos mundos.

Bem-vindo!"



P.s: Post originalmente publicado em 10/2005. Hoje, graças às políticas de segurança do Google, não consigo recuperar a senha para administrar meu antigo blog.

15 de jun. de 2010

Antropomorfose

Pessoas
A dança das pessoas
Mediação, interação
Entre poucas e boas
boas senhoras, garotas
universos vários,
dispersos de si?
...


Diálogo de sensações
Emoções
Todas iguais
Todas humanas
Pessoais


P.s: Achei estes escritos a lápis na última página de um livro que gostei bastante.



6 de jun. de 2010

E por falar em amor...



Estou diante de mais um livro que me "prende" em casa. Sem laços, sem obrigações, sem prazo para terminar... Creio que esta pode ser uma das minhas definições de "livro bom", assim como "música boa é a que dá 'friozinho' na barriga", segundo uma amiga.


Lembro uma vez em que eu também me deixei "prender" por um livro. Era sábado à noite e eu estava na casa de um colega. Ele e o seu amigo me convidaram para sair. No entanto, meus planos eram bem outros... O livro que estava lendo, aproximava-se do final e eu estava avidamente devorando suas páginas não porque queria saber "o final", mas... O "enquanto", o processo se mostava tão ou até mais interessante. Pois bem. Eu, meio sem saber como dizê-lo... Inventei prontamente uma desculpa do tipo "tenho muita coisa pra fazer em casa". Na época, era uma desculpa bastante razoável, considerando que eu estudava e trabalhava. Mas puxa... "É sábado à noite!". Minha vontade de fantasia era maior. No entanto, este livro não trata somente de fantasia...


"Ele diz: Eu te amo. E o que a gente não ouve é: 'Eu te amo tanto quanto posso dentro das limitações dessa relação e desse meu momento de vida, dentro das minhas próprias limitações, dos meus medos e dos meus fechamentos".


O trecho acima, extraído do livro, é apenas uma pequena amostra das desconstruções que a autora faz sobre um tema tão exaustivamente falado e, não curiosamente, pouco entendido. Meu interesse pelo tema não vai tanto além do óbvio que atrai também a todas as outras pessoas. Mas, certamente, chegou em minhas mãos em uma época em que vejo pessoas queridas se debaterem com perguntas e sem entenderem a si mesmas.


Quanto a mim, não dispenso nem uma boa leitura! Mesmo o tema sendo de caráter tão prático. Para quem sempre encontra tempo até para ler manuais antes de operar quinquilharias tecnológicas (se você é um desses, engrosse o coro nos comentários! rsss), como não vasculhar o "impenetrável"?? No mais, sigo andando. "O caminho se faz ao caminhar"...



3 de jun. de 2010

Rio das Outras


Plantão informa: neste feriadão tem Rio das Ostras Jazz & Blues.
Como sempre, "batendo o ponto" no Festival, Stanley Jordan e sua trupe. Destaque também para o trio de Ron Carter. Ao que parece, nesta edição, os esforços são de retomar os trilhos do tradicional jazz e blues.

Infelizmente, eu farei parte do coro que diz "Quando vi, já foi". Na próxima, quem sabe eu consiga chegar, pelo menos, no "Rio das Outras"...


26 de mai. de 2010

De fora pra dentro



Cuide do seu pé. Até os defeitos têm tratamento...






(English Version)

From outside to inside

Take good care of your feet, even your flaws are treatable.


20 de mai. de 2010

De tempos em... séculos

Gente, pretendia escrever com calma sobre a Virada Cultural em SP. Pretendia escrever um conto, uma poesia. Tive ideias mil pra várias outras coisas. Todas me vieram quando estava andando, ou em trânsito, ou comendo com os amigos, ou na rua, ou viajando... Pois é :D

Na "cara dura": estou escrevendo porque meu note está fazendo um download que não posso parar (pois são atualizações que, há séculos, não tenho paciência de baixar) e... estou aqui dizendo, justamente, que só estou escrevendo porque não me resta outra coisa senão (junto ou separado, hein? Portuguêeeeeis, cadê você? iuhuuuu?)... Senão esperar. Legal, né?? :D

Então... Como ainda está nos 75%, sinto-me à vontade para continuar. Hum... Onde eu estava mesmo? Virada, virada... Ah, sim! A Virada! Pois é... Fiquei me perguntando se "virada" seria por causa do esquema de "24h ininterruptas" ou se é porque viram São Paulo do avesso? Bem... Nesse sentido, ouvi de uma pessoa o seguinte (mais ou menos nessas palavras):
-São Paulo é uma cidade que precisa dessas coisas, precisa de uma aversão a ordem, uma carnavalização.

Pois bem. Antes de tudo, preciso explicar... Fui pra tal Virada mais pra encontrar uma pessoa e pra acompanhar uma produção. Digamos que eu fui... Como um lindo acessório no terno de alguém (olha, que chique!). Mas, na qualidade de mera espectadora dos bastidores, pude perceber algumas coisas...

Sim. Deram toda assistência aos artistas convidados (até onde pude ver, repito). Todos os mimos, cuidados possíveis (droga... 79% ainda!). Agora... Programação dos eventos... Xi... Nisso aí, perde ponto, viu? Impressos desatualizados, informações desencontradas, grupos e cantores que não têm nada em comum partilhando o mesmo palco (ainda que em horário diferentes, mas ABBA antes da "Banda Cantoria", kakaka... Francamente!). Um verdadeiro carnaval. Quem foi assistir "Living Colour" (ahá! Google confirmou: eu sabia que era igual a escrita inglesa!), por exemplo, não teve dificuldade nenhuma. Todo mundo sabia! O ABBA? Idem. Agora... E a banda do "Zé Pretinho"? Alguém conseguia achar na programação? Mas... Nas portas dos locais incluídos na Virada, estava lá:

Programação Virada Cultural
Sábado - 15/05/2010 - Banda Zé Mané da Esquina de Casa
Domingo - 16/05/2010 - Seu João que Comeu Pão e Veio do Sertão

Voilà (86% AINDA! Eu vou cancelar essa bosta. Grrrr)... E as mudanças no trânsito, então? Puxa... Alguém avisou? Bem... Quem conhece a cidade e mora lá... Ótimo! No hotel em que eu estava ninguém sabia o que ia fechar e o que não ia... Aliás, acabo de me lembrar que saí com alguém da cidade! Mas... Peraí... Ela também não sabia quais acessos estavam liberados e quais não estavam. Mistério...

Já os horários... Nossa! Quanto esforço pra vencer o trânsito, os contratempos e começar tudo no horário! O paulistano gosta dessa coisa do relógio. Não que espetáculos no horário não aconteçam em outros lugares, mas... Lá o cronômetro é não é só um brinquedo (êeeeeh! 94%).

Voltando à carnavalização... Tem uma cena que eu vi que não consigo deixar de associar com a Virada... Seguinte: estávamos no carro de nossa amiga, eu e meu noivo, a caminho do hotel ou outro lugar, não me recordo bem. De repente, nossa amiga disse:
- Ué... Você está vendo o que eu tô vendo?
Olho pra frente e lá estava... Metade pra fora do carro... Branca como só um paulistano poderia ter (que me perdoem os que são mais bronzeados), falando por si só da tal "carnavalização", uma alusão direta ao Bart Simpson, uma obra "simpsoniana paulina", por assim dizer. Sim. Ela... Falava, gesticulava... O dono, coitado, não deve nem ter lembrado do ocorrido no dia seguinte, provavelmente, pelo seu estado alcóolico. Sem mais delongas: um par de glúteos! Uma bunda. Não digo com "B" maiúsculo porque... Pera lá, né... Devia pertencer a um sujeito tão franzino que me faz sentir feliz e aliviada por ter sido poupada de uma visão ainda mais patética (dada a distância de alguns carros a frente). Mas é isso...

Download concluído! Tá na minha hora :D Foi mal, gente, rs...


27 de mar. de 2010

One plus one

You kissed
You told me
Is it true you hold me?

I hope it is so
To let it grow
I need a yes
Not maybe or just
Not considering I must
A step that goes to the next

One plus one = one
One plus one = 3
Or maybe more
One more

Would it be?
Would you give me?
Would I have to buy?
Would I get "none" before I die?

16 de fev. de 2010

Recordar...

Passando por aqui só para dar um alô (e por que não??). Mas... Aproveitando, gostaria de dizer por que dois blogs exatamente com o mesmo nome. Primeiro, porque "autoplágio" não é plágio. Pode ser... Cansaço mental, falta de criatividade, preguiça ou... simplesmente pirraça :D

Há cerca de um mês a Google me destitui do meu próprio "eu", mostrando que seu sistema de segurança é tão seguro que nem mesmo o próprio dono pode recuperar aquilo que lhe confere direito de ir e vir no espaço virtual: a senha. Eu poderia ter assumido meu falecimento googoliano ali ou... Me reinventar. Foi o que fiz. Se na vida real não podemos simplesmente nascer novamente, no ciberespaço essa é uma grande vantagem: a da exclusão e a da criação.


Desnecessário dizer mais. O que acrescentar? Perda da senha, vários formulários virtuais preenchidos, e-mails enviados... Uns %$#@*&%$#)(*&@#$! e um "novo velho blog". Que tal? Mas... Para satisfazer a curiosidade alheia, eis aqui o
link para o começo de tudo, só não esperem mais comentários publicados! rsss...

P.s: "O Melhor dos Mundos" é uma marca desregrada de Lazzarus Iltda.

30 de jan. de 2010

A piece of writing

I’m a Lion
Roaring alone in the deep forest
A bear chasing food
A bird in a cage
A mocking bird in silence
A Robin without wood

A serpent creeping for no attack
A Miró painting in black
A sparrow flying over the swamp
A ladybug in the mud, in the mud, in the mud…

There goes Ms “I have no voice”
There goes Ms “give me some space”
Out of reach, out of me, out of place