27 de out. de 2010

Schopenhauer

Estou lendo “A arte de escrever” de Arthur Schopenhauer. Na verdade, o livro é composto por escritos de uma obra mais ampla do filósofo alemão chamada “Parerga und Paraliponema”.

Hoje li o seguinte trecho no livro:

“A presença de um pensamento é como a presença de quem se ama. Achamos que nunca esqueceremos esse pensamento e que nunca seremos indiferentes à nossa amada. Só que longe dos olhos, longe do coração! O mais belo pensamento corre o perigo de ser irremediavelmente esquecido quando não é escrito, assim como a amada pode nos abandonar se não nos casarmos com ela”

Ok.
(...)

Após longa pausa, precisei constatar (e agora confesso) que abandonei MUITOS amados.
Desde que criei este blog, a intenção foi dar vida, dar à luz pensamentos, ideias, devaneios ou como queira chamar. Matei-os ou talvez... Tão somente tenha-os dopado, sedado. Estão adormecidos e talvez, como a “amada” de Schopenhauer, alguns tenham mesmo me abandonado.

Assim foi com o “manifesto pelo ócio contemplativo”, a “teoria dos ecos” e os que, de fato, matei, pois sequer posso me lembrar deles.

Pois bem. Em alguma postagem nesse blog, um comentário de uma amiga diz algo sobre Clarice (Lispector) e Cecília Meireles (se não me engano) andarem com um caderninho, bloquinho de notas na bolsa. Nem sempre tenho um caderninho ou até mesmo uma caneta comigo... Em compensação, celular, MP4 estão sempre na bolsa. Lembro que uma vez tentei gravar. Não rolou. Barulho ambiente e achei meio estranho sair falando com um gravador na rua (você não?).

Hoje, graças ao bloquinho de rascunho que tenho em mãos e à minha caneta (brinde de um evento, inclusive), pude escrever essa postagem. “Old school”, “retro”... Chame como quiser. Bloquinho agora não vai sair da bolsa!

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