Debulhar a alma
Extrair cada detrito da alma
Forjar na alma o desejo de contrição
E se fartar do Espírito
Decepar o pecado
Recolher o fruto do arrependimento
Tomar de volta a paz roubada
E se fartar do Espírito
Contemplar o Criador
Conhecer Seus desejos e promessas
Zelo do Espírito, propícia estação
E fecundar o Espírito
Aqui eu vou registrar e "cuspir" minhas inquietudes, "insights", enfim: os pensamentos que, com força quase que própria, teimem em explodir. Trata-se de um êxodo na esperança de ouvir outras vozes que clamem do deserto. A quem se enxergar nesses escritos: minhas boas vindas!
5 de mar. de 2012
26 de fev. de 2012
Nem te conto...
Ele, já em seus 86 anos, praticamente surdo. Sua audição funcionava a 30%. Ela, bem mais nova, 68 anos, bem disposta. Gostava de jogar cartas com as amigas nas noites de terça. A velhice não a impedia de acreditar na vida, de sonhar. Pensava ainda em visitar os castelos medievais na França, mas sua condição de professora aposentada não a tinha permitido sequer ir além de Buenos Aires.
Em uma tarde fresca de sábado, sentam-se os dois na pequena varanda do apartamento. Enquanto tomava seu chá de camomila, ela o contemplava:
- Nem te conto...
- O quê?
- Não te conto. Você vai saber.
- O quê??
- O quanto te amo.
- O quê??!
Ela o toma pelos braços e o leva a sentar-se ao piano, pedindo que ele tocasse o concerto que o fez ganhar o prêmio de melhor intérprete de Mozart no conservatório. Ele, com as mãos trêmulas pela idade, percorre o piano e, apesar da ótima condição auditiva da esposa, ele a faz extasiar-se com tão belos sons.
Em uma tarde fresca de sábado, sentam-se os dois na pequena varanda do apartamento. Enquanto tomava seu chá de camomila, ela o contemplava:
- Nem te conto...
- O quê?
- Não te conto. Você vai saber.
- O quê??
- O quanto te amo.
- O quê??!
Ela o toma pelos braços e o leva a sentar-se ao piano, pedindo que ele tocasse o concerto que o fez ganhar o prêmio de melhor intérprete de Mozart no conservatório. Ele, com as mãos trêmulas pela idade, percorre o piano e, apesar da ótima condição auditiva da esposa, ele a faz extasiar-se com tão belos sons.
10 de fev. de 2012
Um conto
Quatro anos se passaram. Passaram também a primavera, o verão.
Ele, imerso em seus escritos, um intelectual ocupado com coisas importantes. As palavras se tornaram cifras e as cifras, o seu tempo. Ele se dedica a elas, tem prazer nelas. Uma prazer quase que físico, libidinoso. As palavras fazem por ele o que um beijo não poderia mais fazer.
Ela, absorta em pensamentos, em fugas, alimenta-se da ilusão e, acostumada ao confinamento e à prisão sem grades, suspirando profundamente, conclui:
- Ahhhhhhhh... Sabe aquelas primeiras semanas de início de namoro com aquele romance...? Pois é... :(
Moral da história: Vinícius de Moraes que o diga!
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